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A arte de Sergio Aragonés é uma marca visual constante e muito particular na história da Mad. Está presente há mais de 50 anos nas páginas da revista e não só nas seções sob a sua responsabilidade – graças às “marginais da Mad”, os minicartuns nas bordas das páginas por toda a edição. Ao mesmo tempo, seu traço é tão pessoal que é facilmente reconhecível.

Para os amantes do humor visual, portanto, uma edição como esta, que seleciona vários trabalhos de cada uma dessas cinco décadas em um acabamento de luxo (com direito a capa dura com detalhes em verniz) só pode ter uma definição: indispensável.

Mesmo que, infelizmente, tenha sido posto no mercado em apenas uma comic shop, na época do lançamento.

O humor de Aragonés não demora a fisgar o leitor: seu traço é rápido e entrega expressões faciais muito engraçadas. Mais do que isso, seu senso de mise-en-scène é explorado de todas as formas nas marginais que, apropriadamente, estão por todo o livro: são cartuns na vertical, na horizontal e até em “L”, nos cantos das páginas.

No conteúdo, organizado por década, Aragonés tanto aborda o comportamento humano, que não muda com o passar do tempo, quanto se debruça sobre questões referentes a um tempo específico – e, nesse aspecto em particular, a obra é um passeio por parte da história da segunda metade do Século 20 e começo do Século 21.

A seção “Mad vê...”, criada para ele quando entrou na revista, é um exemplo disso. Nos anos 1960, há o progresso espacial dos Estados Unidos (bem antes da chegada do homem à Lua) e o Batman (na época da batmania provocada pela série de TV). Na década de 1970, tubarões, King Kong e Guerra nas Estrelas (motivados pelos filmes lançados na época).

Nos anos 1980, as convenções de quadrinhos, o excesso de peso crescente entre os norte-americanos. Nos anos 1990, o assédio sexual, os piercings, o cross-dressing. E nos 2000, Harry Potter, o Homem-Aranha (por causa do filme de 2002), a segurança nos aeroportos e até a crise financeira que assolou os Estados Unidos.

Nesse sentido, sendo tão importante a localização de tempo no álbum, algumas decisões da tradução são bastante questionáveis, no que diz respeito a referências culturais. Enquanto a margem superior indica ostensivamente que o cartum é dos anos 1980, um diálogo cita o jogador de futebol Adriano.

Outros na mesma década fazem piadas com e-mails, citam as séries Dexter e Game of Thrones e o disco de Natal de Simone (lançado em 1995). Já no final do capítulo dedicado aos anos 2000, o cabeçalho de repente volta a marcar “anos 1980”, um erro que a revisão deixou passar.

Também não se pode deixar de reparar na capa da Mad Super Special # 62, que aparece no capítulo dos anos 1990, mas ostenta a chamada “primavera de 1988” – aparentemente, um erro grosseiro da edição original (ou será alguma piada da Mad?).

Felizmente, esses deslizes não comprometem seriamente o capricho da edição, que abre com uma ótima entrevista com Aragonés, realizada por Nick Medlin, ex-editor da Mad. O artista fala em detalhes sobre sua trajetória e até sobre seu método de criação. É uma bela introdução ao mundo de um extraordinário humorista gráfico.

Especificações:
Editora: Panini
Páginas: 272
Autor: Sérgio Aragonés
Idioma: Português

Os Grandes Artistas da Mad - Sérgio Aragonés- HQ - Panini

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A arte de Sergio Aragonés é uma marca visual constante e muito particular na história da Mad. Está presente há mais de 50 anos nas páginas da revista e não só nas seções sob a sua responsabilidade – graças às “marginais da Mad”, os minicartuns nas bordas das páginas por toda a edição. Ao mesmo tempo, seu traço é tão pessoal que é facilmente reconhecível.

Para os amantes do humor visual, portanto, uma edição como esta, que seleciona vários trabalhos de cada uma dessas cinco décadas em um acabamento de luxo (com direito a capa dura com detalhes em verniz) só pode ter uma definição: indispensável.

Mesmo que, infelizmente, tenha sido posto no mercado em apenas uma comic shop, na época do lançamento.

O humor de Aragonés não demora a fisgar o leitor: seu traço é rápido e entrega expressões faciais muito engraçadas. Mais do que isso, seu senso de mise-en-scène é explorado de todas as formas nas marginais que, apropriadamente, estão por todo o livro: são cartuns na vertical, na horizontal e até em “L”, nos cantos das páginas.

No conteúdo, organizado por década, Aragonés tanto aborda o comportamento humano, que não muda com o passar do tempo, quanto se debruça sobre questões referentes a um tempo específico – e, nesse aspecto em particular, a obra é um passeio por parte da história da segunda metade do Século 20 e começo do Século 21.

A seção “Mad vê...”, criada para ele quando entrou na revista, é um exemplo disso. Nos anos 1960, há o progresso espacial dos Estados Unidos (bem antes da chegada do homem à Lua) e o Batman (na época da batmania provocada pela série de TV). Na década de 1970, tubarões, King Kong e Guerra nas Estrelas (motivados pelos filmes lançados na época).

Nos anos 1980, as convenções de quadrinhos, o excesso de peso crescente entre os norte-americanos. Nos anos 1990, o assédio sexual, os piercings, o cross-dressing. E nos 2000, Harry Potter, o Homem-Aranha (por causa do filme de 2002), a segurança nos aeroportos e até a crise financeira que assolou os Estados Unidos.

Nesse sentido, sendo tão importante a localização de tempo no álbum, algumas decisões da tradução são bastante questionáveis, no que diz respeito a referências culturais. Enquanto a margem superior indica ostensivamente que o cartum é dos anos 1980, um diálogo cita o jogador de futebol Adriano.

Outros na mesma década fazem piadas com e-mails, citam as séries Dexter e Game of Thrones e o disco de Natal de Simone (lançado em 1995). Já no final do capítulo dedicado aos anos 2000, o cabeçalho de repente volta a marcar “anos 1980”, um erro que a revisão deixou passar.

Também não se pode deixar de reparar na capa da Mad Super Special # 62, que aparece no capítulo dos anos 1990, mas ostenta a chamada “primavera de 1988” – aparentemente, um erro grosseiro da edição original (ou será alguma piada da Mad?).

Felizmente, esses deslizes não comprometem seriamente o capricho da edição, que abre com uma ótima entrevista com Aragonés, realizada por Nick Medlin, ex-editor da Mad. O artista fala em detalhes sobre sua trajetória e até sobre seu método de criação. É uma bela introdução ao mundo de um extraordinário humorista gráfico.

Especificações:
Editora: Panini
Páginas: 272
Autor: Sérgio Aragonés
Idioma: Português