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O sal da Terra Carneiro, Caio Porfírio - LetraSelvagem

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SAL À LUZ DO DIA - Texto de orelhas escrito por João Antônio Esta história pisa em território virgem na literatura brasileira. O mundo branco e desconhecido do sal no Nordeste, visto de dentro para fora e devassado com uma autenticidade fotográfica, supera de pronto as frouxas investidas literárias de que se tem notícia na área das salinas e de sua gente. Na verdade, raras e mal realizadas, tais tentativas perderam-se ou pela exageração do pitoresco ou mesmo por não portarem um nível mínimo de qualidade. E o tema do sal estava a pedir um escritor que o incorporasse à literatura, em termos de arte e depoimento.

A experiência do autor, como artista e como homem, lhe permitiu erguer um livro que atende a uma característica fundamental, velha quanto André Gide e que, em outras palavras, se traduz pela verdade de que uma literatura não se constrói para o simples divertimento de uma sociedade e, tampouco, para servir ao pó da vaidade de seu cultor. Assim, a visão de aparente calmaria das salinas do Nordeste, com as magníficas pirâmides de sal grosso, vem em O Sal da Terra à luz do dia. E realidade de um mundo de mazelas transborda na narrativa. A salina perde as dimensões de postal turístico e ganha em tamanho, força e verdade. Uma multidão de párias são os tarefeiros das salinas nordestinas e suas implicações são a fome, a cegueira, o calo branco, o maxixe, as brechas de uma polegada na sola dos pés, o meretrício aos treze anos de idade, os assassinatos sobre as dunas, enfim, a vida e agonia de um batalhão de descalços que vegeta e morre com lentidão naquele mundo de cloreto de sódio, cruelmente iluminado no Nordeste de sol.

Caio Porfírio Carneiro não é exatamente um escritor de tramas simples, isento das complexidades psicológicas de seus personagens. É a simplicidade das gentes das salinas que motiva a economia de palavras e objetividade desta obra, por isso mesmo mais verdadeira. Uma das características mais firmes destes velhos e meninos, cegos e prostitutas, mestres e brabos é a quase completa ausência de consciência do papel que representam dentro de uma comunidade, daí a autenticidade ora trágica, ora patética ou até cruel. Devido ao laconismo, não apresentaria a ação múltipla, não fora o autor um artesão disposto a caminhos difíceis. A intensidade com que usa o diálogo e suas faculdades indiretas, o seu poder de individualização de cada personagem, resultam numa técnica de leque, onde a personagem de centro é o sal.

Guedegue, Cristina Louca, Bibio, cego Delfino, Mestre Nonato são gente de quaisquer salinas do Nordeste participantes de um mundo que realmente existe, belo e trágico, simples e degradante, que berra e choca, demarcado em flagrantes vivos pelo contrate entre geografia e homem. A paisagem exterior, fixada em beleza pelos trechos descritivos e narrativos, estabelece um terrível contraste humano e fotogênico, diante da sordidez estúpida e da miséria em que vivem os tarefeiros e os restos de gente de pés no chão.

O Sal da Terra é um livro pioneiro pelo que contém como seriedade de pesquisa e já se inclui na importância dos livros que devassam novas áreas brasileiras, como o será aquele que retratar, por exemplo, na literatura nacional, o mundo desconhecido da carnaúba. Esta virtude inicial – independentemente das outras – transmite a Caio Porfírio Carneiro um lugar próprio dentro da ficção brasileira, que se acrescenta de uma contribuição corajosa, vívida e consequente.

João Antônio Autor de Malaguetas, Perus e Bacanaços (contos)

Ficha Técnica:

Autor: Carneiro, Caio Porfírio

Idioma: Português

Páginas: 128

Ean: 9788561123062

Ano: 2010

Editora: LetraSelvagem

Encadernação: Brochura

Título: O Sal da Terra

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